Rodrigo Mocellin, por que tão chato?

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Conheci o senhor Rodrigo Mocellin enquanto pesquisava sobre homeschooling e, logo depois, o algoritmo do YouTube começou a me sugerir seus vídeos. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o seu conteúdo frequentemente ofensivo, especialmente em relação a outros cristãos. Em tom jocoso, Mocellin desqualifica pessoas, muitas vezes recorrendo até a aspectos pessoais como argumentos em seus ataques.

O incômodo de Rodrigo parece direcionado, não a qualquer pessoa, mas especificamente àqueles que conquistaram a relevância que ele aparenta almejar. Essa postura se intensifica quando o assunto envolve mulheres, revelando uma aversão perceptivelmente mais acentuada. Para Mocellin, um ministério pastoral feminino é resultado do feminismo dentro da igreja. Em um dos vídeos, ele afirma que o homem deve ser sempre o protagonista, uma declaração que não se sustenta nem sob a perspectiva social contemporânea, que valoriza a igualdade, nem sob a ótica bíblica, que reconhece o papel fundamental de homens e mulheres no plano de Deus. No vídeo Veja o que o feminismo fez na igreja, a “escolhida” é a pastora Helena Tannure, amplamente reconhecida por seu ministério e por ter sido parte de um dos maiores avivamentos de Deus no Brasil. Curiosamente, isso ocorreu numa época em que Rodrigo talvez nem conhecesse Jesus, podendo até ser fruto das sementes plantadas por aqueles que ele agora desdenha. A partir do minuto 5, ele minimiza o fato de Israel ter tido uma juíza, dizendo com descaso: “É basicamente isso aí”. Na Bíblia, encontramos diversas mulheres de destaque. Contemporânea de Débora, por exemplo, Jael recebeu de Deus a missão de matar Sísera, após a covardia de Baraque. Se Mocellin estivesse correto ao afirmar que o protagonismo masculino é absoluto, o destaque feminino poderia ser facilmente explicado pela covardia de alguns homens ou pela perda de tempo de outros que preferem viver de polêmicas.

Falando em tempo, outra coisa que me chamou a atenção foi como um pastor presidente de uma igreja consegue ser tão ativo no YouTube. Até Anitta tem espaço na agenda de vídeos do pastor. Pesquisei os perfis da igreja e encontrei um site simples, com poucas informações sobre a comunidade ou imagens, mas com uma foto de Rodrigo. O Instagram da igreja está inativo há tempos, e os posts antigos fazem parecer mais um perfil de promoção pessoal de Mocellin. Pregações sobre temas essenciais como oração, Jesus, jejum ou amor? Não, o foco está sempre em assuntos polêmicos como armas e gênero.

Rodrigo Mocellin parece acreditar que tem a fórmula para criar filhos e o direito de julgar os pais. Se um filho não se comporta conforme as expectativas cristãs, a culpa recai sobre a mãe. Para justificar sua visão, ele faz uma crítica baixo nível, citando a homossexualidade da filha de uma personalidade gospel e atribuindo-a à vida profissional ou ministerial da mãe. Ora, se o trabalho da mulher fora de casa fosse a causa da homossexualidade dos filhos, praticamente não haveria héteros. Mocellin, mais uma vez, demonstra uma lógica falha. Sendo ele próprio pai, deveria ter mais cuidado com o que diz, pois, no fim, é Deus quem sonda os corações e sabe o futuro. Ele aconselha os homens a não se casarem com o que chama de “mulheres do mercado”. “Mulheres do mercado” seriam aquelas com uma carreira profissional, mas no vídeo em que fala sobre sua história, a única experiência profissional que ele menciona é ter trabalhado no restaurante de seu pai (e ficou triste quando o pai resolveu vender o estabelecimento). Mocellin também admite ter fracassado muito como pastor. Ainda bem que para o ofício de pastor ele pode contar com intervenção divina. Concordo que cada pessoa deve escolher um parceiro que se encaixe na vida que deseja construir. Da mesma forma, uma mulher que busca estar sob a liderança de um homem bem resolvido, que saiba seu papel como provedor material, emocional e espiritual, bem-sucedido e que a veja como uma ajudadora idônea, sem inveja, certamente escolheria um Lapidote, e não um Rodrigo Mocellin.

Outra polêmica, da qual só fiquei sabendo anos depois, foi a envolvendo Yago Martins. Mocellin costuma atacar a psiquiatria e a psicologia. Em uma de suas respostas, acusou Yago de adotar um “tom professoral” e de usar livros no cenário (risos). Fui então investigar a formação de Rodrigo Mocellin e não encontrei nada. Nem mesmo um perfil no lattes. Não que eu ache que a formação formal seja superior a outros saberes, mas acredito que seja o mínimo quando alguém se dispõe a opinar sobre questões tão sérias, como a psíquica. Mocellin tenta se passar por intelectual, mas se incomoda com a postura de Yago, que de fato é um acadêmico. A desenvoltura argumentativa de Mocellin é muito fraca, e a risada forçada que ele dá ao ironizar algo ou alguém é até constrangedora. Dá a impressão de que ele treinou a piada e até regravou o vídeo algumas vezes. Ainda bem que ele não é ator. Martins afirmou que o convidou para um debate, mas Mocellin, evidentemente, não aceitou. Rodrigo está acostumado a desafiar as pessoas olhando para uma câmera, mas enfrentar alguém cara a cara é uma situação completamente diferente.

Mocellin reage aos cultos e se manifesta mesmo quando ninguém lhe perguntou nada. Se um pastor prega sobre línguas estranhas em sua igreja, o que Rodrigo Mocellin tem a ver com isso? Nada. No entanto, ao invés de usar sua liberdade para ensinar sua própria comunidade de fé de acordo com suas crenças e cumprir as diversas atribuições que um pastor deve ter, ele prefere se envolver em controvérsias.

Eu, assim como todos os cristãos membros de igreja, preciso lidar com discordâncias internas. Nesses momentos, é importante refletir sobre a relevância dessas questões, perguntando-se se são cruciais para a salvação. Se não forem, releve; mas, se a situação se tornar irremediável, siga o exemplo de Pedro e Paulo, ou de Paulo e Barnabé, e vá em paz. No entanto, não parece que esse tenha sido o procedimento de Mocellin, que ao mudar sua visão, preferiu impor sua doutrina às custas da união da igreja. Ele afirmou ter sido desligado de sua antiga igreja, e a criação de sua própria igreja foi o resultado de uma divisão provocada por ele mesmo. Se esse ocorrido foi fruto de imaturidade no proceder, Rodrigo parece não ter aprendido nada e continua colocando suas opiniões acima dos outros.

A conclusão a que cheguei é que Rodrigo Mocellin é um homem ressentido, frustrado e vaidoso, que se opõe a tudo aquilo que ele próprio desejou ser, mas não conseguiu. Diante disso, me resta orar por esse irmão, pedindo a Deus que lhe conceda a paz e a verdadeira direção.

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